Bactérias presentes em garrafas pouco higienizadas podem gerar infecções,
explica professora do curso de Biomedicina do UniBH
Em meio à onda de calor que atinge o país, ter a sua própria garrafinha de água para o dia a dia é uma ótima opção para se refrescar, além de sustentável e benéfico para o meio ambiente; mas há um alerta no hábito: a higiene do utensílio precisa ser realizada adequadamente, para que não haja risco de se contrair uma infecção bacteriana. Para se ter uma ideia, um estudo realizado pela organização Water Filter Guru aponta que garrafas de água reutilizáveis contêm, em média, cerca de 20,8 milhões de unidades formadoras de colônias de bactérias, o equivalente a 40 mil vezes mais do que os microrganismos existentes em um assento de vaso sanitário. Isso acontece porque, ao nos hidratarmos, bactérias da nossa boca ou até restos alimentares entram em contato com a água e com a garrafa, que torna o ambiente propício para a reprodução dos microrganismos quando é fechada.
De acordo com a professora de Biomedicina do UniBH, Danielle Nogueira, as garrafinhas de água são fontes de contaminação por microrganismos que provém do ambiente e, principalmente, da boca que contém naturalmente bactérias. Geralmente, essas bactérias presentes nas garrafinhas de água que usamos diariamente normalmente não causam doenças. No entanto, se a pessoa tiver alguma ferida na boca ou um comprometimento do sistema imunológico, estes microrganismos podem causar infecções. Por isso, é muito importante que as garrafas sejam higienizadas de forma adequada.
A orientação da professora, portanto é que “as garrafinhas de água sejam higienizadas diariamente. Basta lavar bem com água e sabão, principalmente onde se tem maior contato com a boca que é a tampa. Para a garrafa, recomenda-se utilizar escovas de mamadeira para a lavagem ou deixar de molho em solução contendo hipoclorito de sódio (água sanitária), uma colher para cada litro de água, por 30 minutinhos”.
O material das garrafinhas também pode ser um fator importante na prevenção de infecções; “as garrafas de plástico são mais propensas à adesão e crescimento de bactérias. O melhor material para reduzir o risco de contaminação é o inox, mas ainda assim não dispensa a higienização. Garrafas com tampa rosqueada são mais fáceis de higienizar, já aquelas com canudos ou que a tampa precisa ser deslizada são mais propensas à contaminação, pela dificuldade da limpeza”, diz Danielle. “As garrafas devem ser trocadas sempre que estiverem com rachaduras ou desgaste visível do material, isso vai depender muito das condições de uso, como o cuidado e a frequência de uso”, complementa.
O tempo de armazenamento dos líquidos nas garrafas é outro ponto a ser observado e depende das condições de temperatura em que a garrafa é exposta. Se estiver fora da geladeira, o ideal é o consumo em até três horas. Caso a garrafinha tenha sido exposta a altas temperaturas como no carro, por exemplo, deve-se descartar o seu conteúdo. Já para as garrafas armazenadas na geladeira, pode-se manter por mais tempo, até 24 horas.