A mineradora Samarco atingiu um marco significativo em seu compromisso de descaracterizar a cava do Germano, localizada em Mariana, Minas Gerais. As operações de descaracterização da estrutura, que estava desativada, foram concluídas com sucesso e dentro do prazo estipulado, antes de outubro de 2023, conforme o acordo firmado com órgãos federais e estaduais. Um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões foi alocado para essa empreitada.
“Comprometemo-nos com os órgãos públicos e, principalmente, com a sociedade, em realizar a descaracterização da estrutura de forma segura, sem riscos para as comunidades, territórios e meio ambiente. Mais do que um requisito legal, este processo foi uma oportunidade de aprendizado e evolução na nossa gestão de rejeitos. Continuamos comprometidos com a inovação, explorando novas formas de disposição de rejeitos”, destacou Reuber Koury, diretor de Projetos, Segurança e Meio Ambiente da Samarco.
O processo de descaracterização da cava do Germano teve início em 2019, antecedendo a legislação vigente sobre a descaracterização de estruturas a montante. Durante todas as fases, o trabalho foi submetido a auditorias externas, incluindo aquelas realizadas pelo Ministério Público de Minas Gerais, e consultores independentes do Independent Tailings Review Board (ITRB). A tecnologia desempenhou um papel fundamental, com a utilização de drones equipados com tecnologia de escaneamento a laser, garantindo precisão mesmo em áreas com cobertura vegetal.
Questionada pela reportagem do Impacto sobre os possíveis riscos de saturação futura da estrutura da cava do Germano, com a possibilidade de chuvas concentradas no local, a Samarco informou que as técnicas utilizadas na descaracterização permitem o escoamento das águas das chuvas evitando seu acumulo no local da cava. “Durante o processo de descaracterização da cava foram implantados a reconformação do reservatório e o sistema de drenagem superficial que favorece o escoamento das águas superficiais, conduzindo o fluxo de água para região a jusante da cava, evitando o comprometimento da estrutura geotécnica.”, esclarece a empresa.
Também em respostas ao questionamento de nossa reportagem, a Samarco informou que voltou a operar em dezembro de 2020 de forma gradual visando a segurança e que está utilizando novas técnicas operacionais sem a utilização de barragens.
A empresa também adotou uma série de medidas para minimizar e controlar os impactos ambientais, incluindo a recomposição vegetal, monitoramento da qualidade da água, controle de ruídos e gestão atmosférica. Todos os dados foram compartilhados com auditorias e autoridades públicas, mantendo a transparência no processo.
Durante o pico das obras de descaracterização, aproximadamente 4 mil pessoas foram mobilizadas, com ênfase na contratação de mão-de-obra local, representando cerca de 60% dos profissionais envolvidos.
A Samarco agora concentra seus esforços nas obras de descaracterização da barragem do Germano, com 65% das intervenções na estrutura já concluídas de acordo com o planejado e de forma segura. O prazo estipulado para a descaracterização total da barragem, de acordo com os compromissos com os órgãos públicos, é maio de 2029. É importante ressaltar que todas as estruturas geotécnicas da Samarco possuem Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) e são monitoradas 24 horas por dia, 7 dias por semana, garantindo a segurança contínua das operações da empresa.