Aécio que na ocasião era o principal nome do PSDB para disputar a Presidência da República disse que os danos políticos são irreparáveis
Em uma reviravolta surpreendente, a Justiça Federal confirmou definitivamente a absolvição do deputado federal Aécio Neves (PSDB) em um caso de corrupção envolvendo o executivo Joesley Batista, autor da denúncia. A decisão, que rejeitou um recurso apresentado, reafirma a inocência do parlamentar mineiro e coloca um ponto final em uma batalha legal que se estendeu por anos.
A denúncia original surgiu em 2017, quando o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou Aécio Neves de ter recebido um montante de R$ 2 milhões em um esquema de corrupção que incluía a simulação de compra de imóveis. A denúncia foi baseada em uma gravação entregue por Joesley Batista como parte de sua colaboração premiada na Operação Lava Jato.
No entanto, a sentença proferida pela 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, confirmada agora pelo juiz Ali Mazloum, reforça que não houve evidências suficientes para comprovar a acusação. Segundo a decisão, as negociações imobiliárias entre Aécio Neves e Joesley Batista foram consideradas legítimas e não houve fraude.
Aécio Neves, ex-governador e ex-senador de Minas Gerais, expressou alívio diante da absolvição, mas também destacou o preço pessoal e político que pagou ao longo do processo. Em um comunicado à imprensa, Neves lamentou que os danos causados pela denúncia não possam ser completamente reparados, ressaltando os ataques e acusações que ele e sua família enfrentaram durante esses anos de investigação.
O deputado também afirmou que a denúncia não foi apenas contra ele, mas parte de um ataque mais amplo a um projeto político que ele representava. Ele descreveu esse projeto como sendo “um ousado projeto de centro reformista”, que buscava reformas e mudanças significativas para o país. Aécio Neves apontou que a denúncia não visava somente prejudicá-lo, mas também minar essa visão política que ele compartilhava com muitos outros brasileiros.
Além de Aécio Neves, outros indivíduos também foram beneficiados pela decisão judicial. Sua irmã, Andrea Neves, seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima também tiveram suas acusações rejeitadas e foram considerados inocentes no caso.
Em um trecho da decisão, o juiz Ali Mazloum enfatizou a falta de elementos que sustentassem a acusação de corrupção passiva descrita na denúncia, declarando a inexistência do crime no cenário real.
Essa decisão marca o fim de uma investigação que durou seis anos e reforça o princípio fundamental da justiça de que uma pessoa só pode ser considerada culpada com base em provas substanciais e conclusivas. Com sua absolvição confirmada, Aécio Neves agora olha para o futuro, vislumbrando o retorno do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao governo de Minas Gerais e, possivelmente, à corrida presidencial de 2026, reacendendo sua carreira política que havia sido afetada pelas acusações enfrentadas.